sexta-feira, 9 de outubro de 2015


França e Rússia fazem ataques na Síria, mas Estado Islâmico avança

Rússia anunciou que nas últimas 24h bombardeou 60 'alvos terroristas'.
Terroristas se aproximaram de Aleppo.

Do G1, em São Paulo
Homem armado anda em prédio abandonado em Damasco, na Síria (Foto: Bassam Khabieh/ Reuters) 
Homem armado anda em prédio abandonado em Damasco, na Síria (Foto: Bassam Khabieh/ Reuters)
Apesar dos ataques da Rússia e da França, o Estado Islâmico continua a avançar na Síria nesta sexta-feira (9), segundo relatos das agências de notícias. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) observou que o grupo terrorista se aproximou da cidade de Aleppo, que é uma importante cidade no norte do país.

"O EI nunca esteve tão perto da cidade de Aleppo, em seu maior avanço em direção" à antiga capital econômica da Síria, declarou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor da ONG, que dispõe de uma rede de fontes neste país em guerra.

A Rússia anunciou nesta sexta-feira que nas últimas 24 horas bombardeou 60 "alvos terroristas", o que representa um grande aumento de seus ataques desde o início de sua intervenção em 30 de setembro, de acordo com a France Presse.

"Os aviões russos realizaram 67 decolagens a partir da base aérea de Jeimim (...) e bombardearam 60 alvos terroristas" nas províncias de Raqa, Latakia, Hama, Idleb e Aleppo, declarou o subchefe do Estado Maior russo, o general Igor Makuchev, segundo a AFP, citando as agências.
Já um segundo ataque aéreo francês contra o Estado Islâmico atingiu Raqa, no norte do país. Os aviões franceses já tinham atacado outras posições do grupo terrorista em 27 de setembro.

Os dois aviões Rafale, que partiram dos Emirados Árabes Unidos com outros caças franceses de escolta, voltaram a atacar um centro de treinamento do EI em Raqa, reduto da organização jihadista e capital do califado proclamado nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.

O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, afirmou que nos arredores da cidade “há centros de treinamento de combatentes estrangeiros cuja missão não é ir combater em nome do Daesh no Levante, mas vir à França, à Europa, para cometer atentados”. O Daesh quer dizer Estado Islâmico em árabe.

Escudo humano
A Rússia "considera que é preciso proteger Bashar. Nós consideramos que Bashar não forma parte da solução" ao conflito sírio, insistiu Le Drian.

O ministro da Defesa francês afirmou que o Estado Islâmico utiliza a população civil como escudo humano, tanto no Iraque quanto na Síria, o que complica a escolha dos alvos. "O Daesh se organizou de tal forma que as crianças, as mulheres e os civis estão na linha de frente", disse.
"Os responsáveis se escondem em escolas, mesquitas, hospitais, o que complica a ação da coalizão (internacional liderada pelos Estados Unidos), porque não queremos causar vítimas colaterais", acrescentou.
A França forma parte da coalizão liderada há mais de um ano pelos Estados Unidos, que desde então bombardeia pelo ar alvos do EI na Síria e no Iraque.
No dia 30 de setembro, a Rússia, aliada de Assad, iniciou sua própria campanha aérea na Síria, dizendo querer combater o terrorismo.

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