terça-feira, 6 de outubro de 2015

Premiê francês pede "punição severa" por agressões na Air France

Nesta segunda-feira, dois altos executivos da companhia foram atacados por funcionários revoltados com o plano de ajustes da companhia, que prevê cortar 2.900 vagas de trabalho

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Xavier Broseta, da Air France, sai da reunião com as roupas rasgadas após anunciar cortes
Diretor de RH da Air France, Xavier Broseta, sai da reunião com as roupas rasgadas após anunciar cortes (Jacky Naegelen/Reuters)
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou nesta terça-feira que os funcionários que agrediram o chefe de recursos humanos da Air France, Xavier Broseta, devem ser severamente punidos. "Estas são ações de marginais", disse ele na sede da Air France, próximo ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. "Violência é inaceitável. Deve haver punições severas", completou. Broseta participava de uma reunião para tratar das futuras demissões que ocorrerão na empresa, quando foi atacado por um grupo de funcionários revoltados com os planos de ajuste da companhia. Mesmo escoltado por seguranças, ele teve a camisa rasgada e precisou pular uma cerca para escapar do local.
O presidente francês, François Hollande, também lamentou o episódio, dizendo que ele mancha a imagem do país. "O diálogo social conta. E quando é interrompido pela violência, por protestos que adquirem formas inaceitáveis, vemos as consequências que pode ter para a imagem, o atrativo, do país", afirmou o presidente em Havre (noroeste da França).
O primeiro-ministro também afirmou que o governo, que tem 17,6% das ações da Air France, apoia a gerência da empresa.
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Nesta segunda-feira, a Air France apresentou um novo plano de corte de custos após semanas de negociações frustradas com os sindicatos - representantes dos pilotos se recusavam a voar mais horas pelo mesmo salário. Sob o novo plano, a Air France pretende cortar 2.900 empregos e fechar rotas de longa distância para a Ásia. A transportadora também irá cancelar encomendas de aviões Boeing 787, reduzindo a sua frota.
"Não podemos gastar bilhões de euros para comprar novos aviões se não temos uma visão de rentabilidade futura", disse o presidente-executivo da Air France, Frederic Gagey, que também saiu da reunião ontem com o terno e a camisa rasgados.

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